Tratamento de lodo, lama e sedimentos industriais: como funciona e quais possíveis caminhos de revalorização

A crescente industrialização e urbanização das cidades intensificou os desafios no tratamento de efluentes líquidos, especialmente no que diz respeito à gestão de lodo, lama e sedimentos gerados em processos industriais.

O que pouca gente sabe é que esses subprodutos são ricos em matéria orgânica e inorgânica, porém contaminados com metais pesados, patógenos e outros poluentes.  

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil gera anualmente cerca de 250 mil toneladas de lodo apenas no tratamento de esgoto doméstico.

Quando se trata de efluentes industriais, esse número é ainda mais expressivo, demandando soluções tecnológicas avançadas e sustentáveis para realizar sua descontaminação.

tratamento de lodo industrial

Neste artigo vamos abordar mais profundamente o que é o lodo e como ele pode ser tratado, além de alternativas de revalorização deste resíduo e quais impactos isso gera no meio ambiente, na economia e sociedade como um todo. 

Mas afinal de contas, o que é lodo?  

Antes de nos aprofundarmos no assunto, é importante contextualizar a verdadeira composição do resíduo. O lodo é um subproduto semissólido resultante de processos de tratamento de água e efluentes líquidos.

Ele é composto por uma mistura de água, matéria orgânica e inorgânica, microrganismos vivos e mortos, além de possíveis contaminantes, como metais pesados e compostos químicos industriais. A composição do lodo varia significativamente de acordo com a origem do efluente e o tipo de processo de tratamento adotado.  

No contexto do tratamento de lodo industrial, o lodo é formado durante as etapas de separação sólido-líquido, decantação e processos biológicos ou químicos. A sua gestão eficiente é essencial para garantir a conformidade ambiental e evitar impactos negativos ao meio ambiente e à saúde pública.

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Tipos de lodo: conheça as principais fases e diferenças entre sedimentos 

A classificação do lodo depende de sua origem e características físico-químicas. Entre os tipos mais relevantes para a indústria e o setor ambiental, destacam-se:  

Lodo verde 

O termo “lodo verde” refere-se ao lodo proveniente de processos industriais que buscam minimizar o impacto ambiental desde a sua origem. Esse tipo de lodo geralmente é gerado em operações que utilizam insumos biodegradáveis ou processos menos agressivos ao meio ambiente. É comum em setores como o agroindustrial e o alimentício, onde há uma maior preocupação com a sustentabilidade dos resíduos gerados.  

O lodo verde se destaca por seu alto potencial de reaproveitamento, podendo ser utilizado como fertilizante orgânico, insumo para compostagem ou até mesmo na produção de biogás.

Sua gestão correta é um passo importante rumo à economia circular, permitindo que resíduos deixem de ser um passivo ambiental para se tornarem ativos econômicos.

Lodo ativado  

O lodo ativado é o resultado do processo biológico de tratamento de efluentes, onde microrganismos são utilizados para degradar a matéria orgânica presente no esgoto ou no efluente industrial. Este tipo de lodo é caracterizado por alta atividade biológica e teor de umidade elevado.

Nos sistemas de lodos ativados, a biomassa microbiana formada é continuamente recirculada para manter a eficiência do tratamento. No entanto, o excesso de lodo precisa ser periodicamente removido e tratado, o que exige soluções adequadas para o seu manejo e disposição. 

tipos de lodo insdustrial e seu tratamento

Lodo de esgoto  

O lodo de esgoto é gerado nas estações de tratamento de esgoto sanitário, sendo composto principalmente por matéria orgânica, sólidos suspensos e microrganismos. Dependendo da etapa do tratamento (primário, secundário ou terciário), esse lodo pode ter diferentes características, demandando tratamentos específicos para estabilização, desidratação e destinação final.  

Embora seja mais comum em contextos urbanos, o lodo de esgoto também pode estar presente em indústrias que tratam seus efluentes de forma integrada com sistemas sanitários. 

Como limpar lodo de efluentes líquidos?  

A limpeza e o tratamento de lodo industrial gerado em efluentes líquidos envolvem diversas etapas, que variam de acordo com o tipo e a carga poluente do efluente. Entre os principais processos aplicáveis, destacam-se:

  • Espessamento: etapa inicial onde se reduz o volume do lodo, aumentando sua concentração por meio de processos físicos, como sedimentação ou flotação.
  • Estabilização: visa reduzir o potencial patogênico e odor do lodo, por meio de processos biológicos (digestão aeróbia ou anaeróbia) ou químicos (adição de cal, por exemplo).
  • Desidratação: remove o excesso de água do lodo, utilizando equipamentos como centrífugas, prensas de filtro ou leitos de secagem.
  • Secagem térmica ou solar: para reduzir ainda mais o teor de umidade, facilitando o transporte e o reaproveitamento.
  • Disposição final ou revalorização: dependendo das características do lodo, ele pode ser destinado a aterros, incinerado ou reutilizado.

Revalorização de lodo industrial: o que podemos fazer com esses resíduos

A revalorização do lodo industrial é uma estratégia fundamental para transformar um resíduo problemático em insumos úteis, promovendo a sustentabilidade ambiental e a viabilidade econômica dos processos industriais. Alguns caminhos possíveis incluem:

Agricultura e compostagem  

Quando tratado e estabilizado adequadamente, o lodo pode ser utilizado como fertilizante orgânico, especialmente o lodo verde. Essa aplicação melhora a estrutura do solo e fornece nutrientes essenciais, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos. 

Geração de energia  

O lodo com alto teor orgânico pode ser destinado à digestão anaeróbia para a produção de biogás, que pode ser convertido em eletricidade ou calor. Essa solução é particularmente eficiente em unidades industriais com geração contínua de lodo. 

Uso em materiais de construção  

Pesquisas apontam que o lodo seco pode ser utilizado como aditivo na fabricação de tijolos cerâmicos, cimento ou outros materiais, contribuindo para a redução do consumo de matérias-primas virgens. 

Co-processing em fornos industriais  

Algumas indústrias, como a de cimento, utilizam o lodo como fonte alternativa de energia térmica. Esse processo, conhecido como co-processamento, destrói contaminantes orgânicos e aproveita o poder calorífico do lodo. 

Economia circular e os benefícios da revalorização de lodos industriais

A transição para um modelo de economia circular por meio do tratamento de lodo oferece múltiplos benefícios. Ambientalmente, reduz a quantidade de resíduos destinados a aterros e minimiza os riscos de contaminação do solo e da água.

Economicamente, abre novas possibilidades de receita e reduz os custos associados à destinação final.  

Empresas que adotam práticas de revalorização de resíduos, como a Okena, não apenas se destacam no mercado por sua responsabilidade ambiental, mas também conquistam ganhos operacionais significativos. Com soluções integradas, é possível transformar o lodo — inclusive o lodo verde — em um ativo estratégico para a indústria.

Com mais de 15 anos de atuação, a Okena se posiciona como referência no setor, oferecendo tecnologias eficazes e suporte técnico especializado para o tratamento de lodos industriais. Ao investir em soluções sustentáveis, sua empresa contribui para um futuro mais limpo, competitivo e alinhado às exigências ambientais contemporâneas. 

Okena, há 15 anos impactando pessoas, negócios e meio ambiente. 

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