A poluição da água é um dos maiores desafios ambientais e de saúde pública enfrentados globalmente, e no Brasil o cenário não é diferente. A poluição dos rios urbanos tem comprometido a qualidade de vida nas grandes cidades e limita o potencial de desenvolvimento sustentável.
Em São Paulo, rios como o Pinheiros e o Tietê se tornaram símbolos desse problema crônico, agravado por décadas de crescimento urbano desordenado e pela falta de infraestrutura adequada de saneamento e gestão de resíduos industriais.
Apesar de avanços pontuais, como os obtidos com o Projeto Novo Rio Pinheiros, os dados mais recentes mostram que ainda há muito a ser feito. Neste artigo, vamos entender o atual estado da poluição da água em São Paulo com base em pesquisas do Instituto Trata Brasil e da SOS Mata Atlântica, e destacar como empresas podem ser aliadas na despoluição ao adotar soluções eficientes como o tratamento de efluentes e lodos industriais.
Poluição dos rios: retrato atual dos cursos d’água em São Paulo
De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, em 2024–2025 foram monitorados entre 112 e 145 pontos de rios em cerca de 67 municípios da Mata Atlântica. Os resultados são alarmantes: cerca de 75% desses pontos apresentaram qualidade “regular”, indicando que a poluição já compromete significativamente o uso da água. Outros 13,8% foram classificados como “ruins” e entre 3% e 7%, como “péssimos”. Apenas 7% a 8% foram considerados bons e nenhum ponto foi avaliado como ótimo.
Entre os rios mais críticos estão o Tietê e o Pinheiros. Em 2023, a mancha de poluição no Tietê aumentou para 160 km, enquanto os trechos com água boa reduziram drasticamente, de 124 km em 2021 para apenas 60 km em 2022. Esses dados refletem não apenas o impacto do esgoto doméstico não tratado, mas também o despejo industrial e a chamada carga difusa composta por resíduos sólidos urbanos, fuligem e agrotóxicos.

Rios poluídos de São Paulo: uma herança de décadas
A degradação dos rios urbanos paulistanos não é recente. Desde os anos 1920, o Rio Pinheiros vem sofrendo intervenções, que culminaram na inversão de seu fluxo para a Represa Billings na década de 1940. No entanto, a intensa urbanização e industrialização sem planejamento resultaram em despejo de esgoto doméstico e industrial diretamente nos corpos hídricos, transformando esses rios em escoadouros de poluição.
Conforme mostrado pelo relatório “Benefícios Econômicos do Saneamento na Bacia do Rio Pinheiros” (Instituto Trata Brasil, 2025), a região abriga cerca de 3,2 milhões de pessoas em apenas três municípios: São Paulo, Taboão da Serra e Embu das Artes. A alta densidade populacional e o crescimento urbano intenso aumentaram a pressão sobre a infraestrutura de saneamento.
Dados e impactos da poluição dos rios de São Paulo
Mesmo com avanços significativos como a coleta de esgoto alcançando 96,7% e o tratamento 96% do esgoto coletado na Bacia do Pinheiros, a poluição persiste. Isso se deve, entre outros fatores, à presença de comunidades sem acesso ao sistema formal de esgoto, ao lançamento de efluentes industriais e ao acúmulo de sedimentos e lixo nos cursos d’água.
As medições da CETESB em 2023 mostram uma média de apenas 3,0 mg/L de oxigênio dissolvido no Rio Pinheiros, abaixo do ideal para rios com vida aquática. O índice de Carbono Orgânico Total (COT), que mede a carga poluente da água, ficou em média de 14,5 mg/L, acima do limite recomendado para uso industrial, que é de 10 mg/L.
Esses indicadores evidenciam que, embora haja progresso, a recuperação plena ainda está distante e exige esforços contínuos de todos os setores da sociedade, incluindo o setor produtivo.
Despoluição dos rios: iniciativas públicas e seus limites
O Projeto Novo Rio Pinheiros (2019–2022) é um marco na tentativa de reversão desse quadro. Liderado por uma coalizão entre Sabesp, Cetesb, DAEE, EMAE e prefeituras, o projeto investiu mais de R$ 779 milhões para ampliar a coleta e tratamento de esgoto, revitalizar margens e parques, e recuperar o ecossistema do rio. Entre os resultados, destacam-se:
- A ampliação de 89 mil novas ligações de esgoto;
- A instalação de cinco Unidades Recuperadoras (UR) para tratamento localizado em córregos;
- O aumento de 49,6% na capacidade de tratamento de esgoto da bacia.
Porém, apesar dos resultados positivos, ainda há trechos do rio que não atingem o padrão mínimo de qualidade definido pela CONAMA para rios de classe 4. Ou seja, a ação pública precisa ser complementada por uma participação mais ativa do setor industrial, especialmente em relação ao controle de seus próprios efluentes.
O papel das empresas na reversão da poluição da água
A indústria é parte fundamental da equação da poluição da água. De acordo com a CETESB, grande parte da carga poluente que chega aos rios provém de efluentes industriais com alta concentração de contaminantes, além de resíduos sólidos que acabam nos corpos hídricos.
Empresas que geram efluentes, especialmente aquelas localizadas em áreas urbanas ou próximas a cursos d’água, têm responsabilidade direta sobre o impacto que causam. No entanto, elas também têm um imenso poder de transformação: ao adotar tecnologias de tratamento adequadas, é possível reduzir drasticamente a carga poluente, colaborar com a despoluição dos rios e ainda cumprir com exigências legais e de ESG (ambiental, social e governança).
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Empresas como protagonistas da transformação ambiental
O atual cenário da poluição da água exige uma mudança de postura no setor produtivo. Em vez de enxergar o tratamento de efluentes como um custo, é preciso compreendê-lo como um investimento estratégico que gera valor ambiental, reputacional e econômico.
Empresas que tratam seus efluentes com responsabilidade:
- Reduzem riscos legais e operacionais;
- Melhoram sua imagem institucional junto a clientes, investidores e comunidades;
- Contribuem para a saúde pública e a qualidade de vida urbana;
- Fortalecem seu desempenho em critérios ESG, cada vez mais valorizados no mercado.
A Okena está pronta para caminhar lado a lado com essas empresas, oferecendo soluções sob medida, com inovação, compliance e compromisso ambiental.

Despoluir os rios é uma tarefa coletiva!
A poluição dos rios de São Paulo é um problema histórico e persistente, mas não é irreversível. A combinação de políticas públicas, investimentos estruturantes e o engajamento do setor empresarial é o único caminho possível para garantir um futuro mais sustentável.
Os dados são claros: ainda temos trechos inteiros de rios impróprios para qualquer uso. Mas também há esperança, os avanços conquistados com o Projeto Novo Rio Pinheiros e a atuação de empresas comprometidas com o tratamento adequado de seus resíduos mostram que a reversão é viável.
Na Okena, acreditamos que cada metro cúbico de efluente tratado representa um passo na direção certa. Convidamos as empresas a assumirem esse compromisso conosco. Juntas, podemos mudar o curso da poluição da água e escrever uma nova história para os rios de São Paulo.
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