O tratamento de efluentes tem passado por uma transformação profunda nos últimos anos. Diante de desafios cada vez mais complexos — como a presença de contaminantes emergentes, a escassez hídrica e o endurecimento das exigências legais — surgem novas soluções que integram alta eficiência, seletividade e sustentabilidade.
Neste artigo, exploramos as principais inovações tecnológicas no tratamento de efluentes líquidos e sólidos, com base em estudos recentes e experiências práticas. Também discutimos como empresas como a Okena vêm aplicando essas soluções na indústria brasileira para garantir conformidade, circularidade e impacto positivo.
O que está mudando no cenário do tratamento de efluentes?
Contaminantes emergentes: um novo desafio regulatório e ambiental
A crescente detecção de compostos como fármacos, pesticidas, hormônios, microplásticos e metais pesados nos efluentes industriais tem pressionado sistemas de tratamento tradicionais. Esses contaminantes emergentes, muitas vezes resistentes a processos convencionais, exigem abordagens mais sofisticadas e seletivas.
Segundo dados do Instituto Trata Brasil (2023), mais de 50% dos corpos d’água monitorados em áreas urbanas brasileiras apresentam algum nível de contaminação por substâncias não removidas em estações de tratamento convencionais.
Novas tecnologias aplicadas ao tratamento de efluentes
Zeólitas funcionalizadas com nanopartículas metálicas
As zeólitas naturais vêm sendo modificadas com nanopartículas de prata (AgNPs) e cobre (CuNPs), com o objetivo de ampliar sua capacidade de adsorção e inibir o crescimento de micro-organismos patogênicos.
Esses materiais apresentam:
- Alta eficiência na remoção de Escherichia coli e outros coliformes fecais.
- Capacidade de adsorver metais pesados como chumbo, cádmio e níquel.
- Estabilidade em diferentes faixas de pH e temperatura.
Além disso, sua aplicação é promissora em sistemas descentralizados e compactos, como estações móveis ou unidades de pré-tratamento em áreas remotas.
Wetlands construídas: soluções baseadas na natureza
As chamadas wetlands construídas são sistemas que mimetizam zonas úmidas naturais, utilizando plantas macrófitas e substratos para remover poluentes orgânicos, nutrientes, patógenos e metais.
Existem dois tipos principais:
- Fluxo subsuperficial (horizontal ou vertical): ideal para efluentes com alta carga orgânica.
- Fluxo superficial: indicado para polimento e tratamento terciário.
Leia sobre: Tratamento de águas: etapas e processos físico-químicos
Segundo estudos do documento analisado, wetlands construídas apresentaram eficiência média superior a 90% na remoção de DBO e fósforo total em efluentes agroindustriais.
Além de sua eficiência, esses sistemas se destacam por:
- Baixo consumo energético.
- Operação simplificada.
- Valorização paisagística e integração ecológica.
Integração tecnológica: a era dos sistemas híbridos
A tendência atual é a integração de tecnologias em sistemas híbridos, combinando etapas físico-químicas e biológicas para obter alta performance, confiabilidade e reuso.
Exemplos de combinações eficazes
- Wetlands + Biorreatores de membrana (MBR): unindo filtração física com processos biológicos aeróbios.
- Oxidação avançada (UV, H₂O₂, ozônio) + adsorção: ideal para degradação de moléculas recalcitrantes como corantes, fármacos e hormônios.
- Coagulação-floculação + zeólitas funcionais: aumenta a remoção de metais e sólidos suspensos.
Sistemas como esses têm sido aplicados com sucesso em setores como têxtil, farmacêutico, petroquímico e alimentício, especialmente em regiões com escassez hídrica e regulação ambiental rigorosa.
Tratamento de efluentes sólidos: lodos sob nova ótica
O tratamento e disposição de lodos gerados nas ETEs (estações de tratamento de efluentes) ainda representam um dos principais gargalos operacionais e econômicos.
As novas abordagens incluem:
- Digestão anaeróbia com geração de biogás.
- Secagem térmica com aproveitamento energético.
- Valorização agrícola (onde permitido), com rigor no controle microbiológico e de metais.
Além disso, tecnologias de hidrólise térmica e pirólise vêm sendo estudadas para transformar lodo em carvão ativado ou biochar, com potencial de uso como adsorvente em sistemas de tratamento.
Também no blog: Tratamento de lodo, lama e sedimentos industriais: como funciona e como valorizar
Aplicações práticas e perspectivas no Brasil
A adoção dessas tecnologias no Brasil ainda é incipiente em escala ampla, mas diversos projetos-piloto e iniciativas privadas têm mostrado bons resultados.
A experiência da Okena
Na Okena, acompanhamos de perto a evolução das tecnologias para o tratamento de efluentes, com foco em:
- Tratamento de efluentes líquidos industriais sob medida, com soluções adaptadas às características específicas de cada matriz.
- Gestão e revalorização de lodos com rastreabilidade total e foco na minimização de impactos.
- Logística ambiental integrada, com transporte seguro e soluções descentralizadas.
- Monitoramento contínuo e geração de dados para garantir conformidade com normas como a CONAMA 430/2011 e atender às metas de ESG das empresas.
Além disso, desenvolvemos parcerias com universidades, centros de pesquisa e fornecedores de tecnologia para avaliar e aplicar soluções inovadoras com viabilidade técnica e econômica.
Conformidade legal e ESG: muito além da operação
A adoção de tecnologias avançadas no tratamento de efluentes não é apenas uma questão operacional. Ela está diretamente relacionada a:
- Conformidade com a legislação ambiental, evitando multas e sanções.
- Acesso a certificações ambientais e financiamentos verdes.
- Reputação junto ao mercado e à sociedade.
- Redução de custos a médio e longo prazo, com maior eficiência no uso da água e energia.
De acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), investimentos em gestão hídrica eficiente têm retorno médio de 2 a 4 anos, especialmente em setores intensivos no uso de água.
Conclusão
O tratamento de efluentes está no centro da transição para um modelo industrial mais sustentável, inteligente e regenerativo. As tecnologias emergentes — como zeólitas funcionais, wetlands construídas, sistemas híbridos e valorização de lodos — não apenas resolvem problemas ambientais, mas criam oportunidades de inovação, economia e valorização da imagem empresarial.
Empresas que desejam se destacar em um cenário cada vez mais competitivo precisam olhar para o tratamento de efluentes como uma estratégia, não apenas uma obrigação.
Na Okena, estamos prontos para ajudar indústrias a navegar esse novo cenário, com soluções técnicas de excelência e comprometimento com o impacto positivo.
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